Olá,
Bom domingo!
Espero que estejam bem. Hoje é dia de Eclipse Total Lunar, que ocorre às 19h08, nos 15º22’ de Peixes. Então, pensei que nesta newsletter poderia falar um pouco sobre o que são os eclipses e, mais especificamente, sobre o que acontece hoje. Vamos lá!
O que são eclipses?
Um eclipse acontece sempre que a Lua Nova ou a Lua Cheia se alinham com os nodos, os pontos onde as órbitas do Sol e da Lua se cruzam e onde permanecem em cada polaridade signos durante cerca de 18 meses. Neste momento, os nodos lunares encontram-se em Peixes (Nodo Norte) e em Virgem (Nodo Sul), desde 2024 até 2026.
No caso da Lua Nova, temos um eclipse solar: a Lua passa entre a Terra e o Sol e tapa o disco solar. Pode ser total (quando cobre tudo), parcial (cobre só parte) ou anular (quando está mais distante e só forma um “anel de luz” em volta do Sol).
Na Lua Cheia acontece o eclipse lunar: a Terra faz sombra sobre a Lua. Pode ser total (a Lua entra toda na sombra), parcial (entra só em parte) ou de penumbra (quase impercetível).
Todos os anos acontecem, pelo menos, quatro eclipses (dois solares e dois lunares) que acontecem sempre em pares, separados por cerca de duas semanas, e voltam a repetir-se seis meses depois no lado oposto do Zodíaco. Excecionalmente, em alguns anos podem acontecer mais.
Os eclipses simbolizam momentos de perturbação porque obscurecem e ocultam os luminares, o Sol ou a Lua. Este bloqueio simbólico interrompe a função habitual dos luminares (vitalidade e nutrição) e traz ocultações, instabilidade ou mudanças, sobretudo em Astrologia Mundana (política, sociedade, coletividade). Os eclipses solares marcam transformações mais duradouras, enquanto os lunares indicam mudanças rápidas, de efeito mais curto.

Representation of a lunar eclipse out of BNF 7432 an astronomy and astrology presentation manuscript.
Sobre o eclipse de hoje: Eclipse Lunar em Peixes
Este é o segundo de 3 eclipses em Peixes que acontecem entre 2024 e 2026. O primeiro foi por esta altura no ano passado (18 setembro 2024), por isso, pode fazer sentido refletir sobre eventuais perturbações, transformações e/ou acontecimentos que tenham acontecido na área dos nossos mapas em que temos Peixes. É possível que este eclipse marque um momento de desenvolvimento desses tópicos e que estejamos a sentir desde algumas semanas e durante mais algumas semanas mais.
Este eclipse é regido por Júpiter, regente de Peixes (de Sagitário), que se encontra atualmente em Caranguejo, signo da sua exaltação. Este eclipse, estabelece assim, uma ligação entre os assuntos das casas de Peixes e de Caranguejo, potencialmente mais harmoniosa, uma vez que a Lua faz um trígono aplicativo a Júpiter, planeta benéfico. Este é uma condição que contrasta bastante com o último eclipse em Peixes, uma vez que Júpiter se encontrava em Gémeos, signo do seu detrimento e a Lua fazia uma quadratura ao benéfico, um aspeto desafiante.
Sublinho, que tudo isto depende muito da configuração e ativações nos mapas natais de cada pessoa. Pode haver quem sinta impacto porque tem planetas e pontos ativados pelos eclipse; e quem não sinta esses impactos porque não acontecem ativações no seu mapa.
→ Vejamos o meu caso:
Um primeiro ponto é que eu encontro-me numa ano de Profeção de Sagitário, logo Júpiter é um dos cronocratas do meu ano. Isto significa que os trânsitos de Júpiter; os apetos a Júpiter (no plano mundano e natal); as casas regidas por Júpiter (dos signos de Peixes e Sagitário); bem como das casas onde se encontram Júpiter atualmente (Caranguejo) e onde tenho Júpiter natalmente (Sagitário), poderão ter um impacto maior a nível pessoal durante este ano (que termina no dia 28 de setembro com o meu retorno solar, a.k.a. aniversário). Sendo este um eclipse regido por Júpiter, é expectável que tenha algum impacto na minha vida.
Contudo, o planeta que rege o signo da profeção não é o único cronocrata durante determinado período, mas isso são outras conversas.
No meu caso, eu tenho o MC em Peixes (Casa 10, ligada à vocação e visibilidade), mas Peixes também ocupando grande parte da Casa 9 (estrangeiro, viagens, espiritualidade, conhecimento e astrologia). Logo, à partida, posso pensar que este eclipse e o de setembro de 2024 impactam a minha experiência profissional, do meu sentido vocação e a minha visibilidade pública/perceção que as outras pessoas têm de mim. Mas também questões relacionadas com os tópicos de Casa 9. Para além disso, natalmente, eu tenho Júpiter domiciliado na Casa 6 (doenças, dia a dia, tarefas, rotinas, animais dométicos) e a Lua eclipsada faz uma quadratura a este meu posicionamento. Por outro lado, Júpiter encontra-se atualmente em trânsito em Caranguejo, a minha Casa 1 e conjunto ao meu Ascendente (corpo, identidade, motivações e sentido de propósito). Neste caso, a Lua faz um trígono tanto a Júpiter como ao meu Ascendente. E estas têm sido as áreas de maior transformação e instabilidade na minha vida nos últimos tempos.

Ora, o que é que tem acontecido nestas áreas da minha vida desde o último eclipse em Peixes? Percebi que não consigo continuar com a minha atividade profissional que desenvolvi durante os últimos 8-9 anos (fotografia de casamentos) porque me desgastou completamente a nível emocional e mental (não é algo em que acredito e causou-me 2 burnouts, muita angústia e de declínio da saúde mental). Esta situação levou a que eu abordasse a Astrologia e o Tarot de forma profissional e que aprofundasse os meus estudos nestas áreas. Mas tem sido um período de muita incerteza, instabilidade e dúvidas. É muito difícil viver da Astrologia e do Tarot em Portugal (somos um país pequeno e esta é uma área de nicho e que ainda sofre muita desconfiança e preconceito) e, tendo eu PHDA e ansiedade generalizada (estes também são tópicos do 2º eclipse do mês, em Virgem, no dia 21 de setembro), a gestão de rotinas, tarefas e vida quotidiana têm sido um autêntico desafio.
Por outro lado, nunca me senti tão realizada e feliz no desenvolvimento de uma atividade profissional como com a Astrologia e o Tarot e sinto que, finalmente, me consigo expressar de forma mais autêntica e genuína e que as pessoas me percecionam de forma bastante diferente, quase como se a minha identidade pública tivesse mudado completamente.
Esta tem sido uma jornada profunda, árdua e muito trabalhosa. A presença de Saturno em Peixes desde março de 2023 até maio de 2024 e as configurações mais tensas do eclipse em Peixes em setembro passado são, também, testemunhos das dificuldades e atribulações nesta área da minha vida pessoal. Saturno regressou a Peixes, com a sua retrogradação no dia 1 de setembro, onde permanecerá até fevereiro de 2026. Ao mesmo tempo, a configuração deste eclipse é mais auspicioso o que me faz pensar na possibilidade de, realmente, este momento seja um período de reestruturação e finalização (retrogradação de Saturno) de processos mais exigentes que poderão sustentar e solidificar práticas e acontecimentos mais harmoniosas.
Espero que tenham gostado desta breve explicação sobre os eclipses e que o meu testemunho pessoal tenha ajudado a compreender como determinadas ativações de pontos, planetas e casas natais se podem manifestar.
Nunca é demais relembrar: tudo isto depende muito da configuração e ativações nos mapas natais de cada pessoa! É por isso que tenho evitado fazer previsões mais generalistas. Mas isso é algo sobre o qual falarei numa newsletter futura.
Como sempre, abaixo encontram:
Até breve! 👋
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No próximo domingo, 14 de setembro, vou estar a responder a questões com 1 carta de Tarot, nas Stories do Instagram. Se quiseres que eu tire 1 carta para ti, de forma anónima, deixa a tua questão nas minhas Stories, no Instagram.
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Em época de eclipses é importante não perder perspetivas otimistas e que nos capacitam para a ação. Aqui estão 5 livros de ficção com uma abordagem esperançosa em relação às alterações climáticas.
E se o Realismo Mágico for uma solução interessante para o design, e não só? “Magic realism could offer pathways forward that leave behind the problem of reproducing existing mindsets through material and visual reification. Allowing us instead to constructively undermine them, creating room for new possibilities and imaginaries to emerge. Once we leave behind the overly rational that defines much of Western speculative fiction in design, many other forms of speculation begin to emerge. Moving from questions of “How do we get from here to there?” or “Is it plausible?” to ones of “Is it interesting, and what new thoughts does it make possible?”
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Já podem ouvir o último episódio podcast que dinamizo com a Diana, a.k.a Papéis e Letras. Desta vez, conversámos sobre o filme Excalibur, de John Boorman (1981), uma adaptação da lenda arturiana. Ouçam e subscrevam o podcast Medievalmente Incorretas.
Ainda sobre o filme e a nossa conversa, encontram aqui o screenplay para o projeto inicial de John Boorman que queria adaptar, não da lenda arturiana, mas O Senhor dos Anéis.
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