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Olá!
Espero que estejam bem.
Fevereiro. Parece que já foi há 1 vida, não é? Mas nunca é tarde para partilhar leituras. E eu partilho sempre tarde, por isso, tudo certo. Fiquei contente porque Fevereiro foi um mês muito dispensável a nível pessoal, mas conseguiu dar-me 2 livros favoritos! Nada mau.
Algum livro que tenham lido recentemente que vos tenha marcado particularmente?

Boulder, Eva Baltasar (Tr. Julia Sanches, 2020)
Ficção Contemporânea; Ficção Literária; Queer.

Language is and always will be an occupied territory
Não tenho muito a dizer a não ser que este livro me arrebatou completamente. Não de forma violenta, mas de uma maneira inesperada e quase sem eu dar por ela. Como se a água dos mares e oceanos que rodeiam a personagem Boulder fossem infiltrando o meu e solo interior, humedecendo algumas pedras que nem sempre tenho a coragem e/ou força de remexer, de virar ou transportar comigo. Sem me aperceber, concluí, em conversa com a amiga que me emprestou este livro, que eu sou Boulder. De forma tão orgânica que nem notei, só ao falar sobre Boulder é o que o véu do espelho foi caindo e me vi nele reflectida.
"Boulder" é um romance intimista e brutal sobre desejo, solidão e identidade. A protagonista, que é apelidada de Boulder pela sua resistência pétrea e sua natureza solitária, vive a vida sem raízes, movida por impulsos e instintos. Quando conhece Samsa, apaixona-se imediatamente por esta mulher islandesa, mas que a envolve para um universo de compromissos que desafiam sua essência livre. O desejo, a paixão e necessidade de conexão alimentam a relação e tornam a vida de Boulder na Islândia suportável, até que a questão da maternidade vem desestabilizar esta suspensão do real.
Eva Baltasar escreve com uma precisão cortante, como quem esculpe frases em pedra. Cada palavra é um golpe seco, certeiro, criando um texto de beleza crua e indiscutível. Boulder é uma experiência sensorial, onde a escrita assertiva acentua a frieza do ambiente e da protagonista. Não há excessos emocionais, não há concessões narrativas: apenas a intimidade gelada de uma personagem que, ao longo da história, parece cada vez mais uma espectadora da sua própria vida.
A beleza assertiva da escrita, a intimidade fria do ambiente e personagem, os conflitos entre o amor por alguém e o amor próprio, a solidão que é a pedra constante e como ela parece estar a assistir ao desenrolar da sua própria vida, de forma perdida, interrogativa e sem grande agencialidade. De forma dissociativa, portanto. Porque ela não se encaixa nas narrativas normativas do que são o trabalho, as relações, a família, a pertença, a mulher, ou a identidade. Ela tenta porque não temos outra de forma de nos relacionarmos com a diferença, com o que não é "eu".
I think I’ve discovered what happiness is: whistling the moment you wake up, not getting in anyone’s way, owing no explanations, and falling into bed at daybreak, body addled from exhaustion and mind free of every last trace of bitterness and dust.
Nem Boulder nem Boulder ****apresentam uma resoluções tradicionais porque a questão nunca foi encontrar um lugar no mundo. Em vez disso, Baltasar confronta-nos com uma inquietação existencial: o que significa amar sem nos perdermos?
Porque não é possível relacionarmo-nos com a exterioridade se o preço a pagar for a alienação de si. Fica o desejo, o desejo de conexão e de ser. E a solidão. Sempre a solidão. O que não significa uma ausência de beleza nem de conforto.
I needed to face the emptiness, an emptiness I had dreamed of so often I’d turned it into a mast, a center of gravity to hold onto when life fell to pieces around me.
Bellies, Nicola Dinan (2023)
Ficção Literária; Queer; Representação Trans.

It wasn't explained away by anything I'd done, but it was my body and its response to her body. It was an exposition of my limits, and this seemed but another way in which I was confronted by the things I couldn't be. A person attracted to a woman who used to be a man who used to be my boyfriend who became my girlfriend.
O que acontece a uma relação, e às pessoas nessa relação, quando um dos elementos compreende que a sua verdadeira identidade de género não corresponde àquela que lhe foi atribuída à nascença e sob a qual se tem expressado? O que acontece ao amor e às suas manifestações perante uma relação que passa a desafiar a orientação sexual das pessoas envolvidas? Estas são algumas das questões que Nicola Dinan coloca em Bellies, um romance que mergulha na complexidade das relações, da identidade e das transições, de género mas também emocionais, sociais e de vida.
Tom (britânico) e Ming (Malaia) conhecem-se numa festa durante os anos de faculdade, em Inglaterra, e rapidamente se apaixonam. A relação entre eles é pautada por pura felicidade e estabilidade, entre festas, sonhos e descobertas, numa bolha onde a paixão e a amizade parecem ser suficientes para sustentar o futuro. No entanto, tudo muda quando Ming se assume como mulher trans e decide iniciar a sua transição. À medida que a transição de Ming avança, a dinâmica entre os dois torna-se mais tensa e desafiadora, e as mudanças não afectam apenas Tom e Ming, mas também os amigos e a família. Movendo-se entre Londres, Kuala Lumpur e Nova Iorque, Bellies acompanha o impacto dessas mudanças ao longo do tempo, explorando o que significa amar alguém quando esspessoa também está a aprender a amar-se a si própria.
A narrativa alterna entre as perspectivas de Ming e Tom, o que confere ao romance uma profundidade rara. E, para mim, esta é uma das forças deste livro. Ao dar voz a ambas as personagens, Nicola Dinan permite-nos compreender os desafios, os sentimentos contraditórios e as transformações de cada uma delas. Ficamos a conhecer e a compreender as experiências de cada pessoa que compõe esta relação, na dinâmica complexa em que todas as relações se desenvolvem, sem ter de estabelecer uma responsabilidade única pelos desenvolvimentos e transformações que ocorrem. Afinal, qualquer relação é composta por individualidades distintas, cada uma com as suas identidades, motivações e expectativas.
Para além da identidade e do amor, Bellies também trata da amizade, do luto e das inevitáveis mudanças que marcam a passagem para a vida adulta: o início da vida profissional, a separação de amigues, a despedida de identidades e sonhos que, um dia, pareciam inabaláveis. Há uma melancolia persistente no livro, mas também uma doçura que atravessa as suas páginas, lembrando-nos de que viver é um equilíbrio delicado entre segurar e deixar ir. Representa a consciência de que a vida é um malabarismo e que nem sempre, quase nunca, temos o equilíbrio para manter todas as bolas em movimento contínuo. É um livro sobre a vulnerabilidade que a coragem de não desistir de reclamar um lugar autêntico nesse jogo da vida implica.
No fim, o que Bellies nos mostra é que todas as transições, sejam elas de género, de amor ou de vida, exigem coragem, empatia e respeito. É um romance sobre as primeiras paixões e as primeiras perdas, sobre a construção e a reconstrução, sobre o que significa encontrar um lugar autêntico no mundo. Nicola Dinan oferece-nos uma história de grande humanidade, que, mais do que respostas, nos oferece uma bonita reflexão sobre o que realmente significa amor nas suas mais diversas manifestações.
Maybe that’s what people are supposed to do, sponge out the bad, wring out the suffering as much as we can, even if it stains our hearts and hands.
Uma Abelha na Chuva, Carlos de Oliveira (1953)
Literatura Portuguesa; Neo-realismo.

Por hábito, lançou os olhos às colmeias, que lhe ficavam mesmo em frente, dez ou doze metros, se tanto, e viu uma abelha voar da Cidade Verde. Baptizava as colmeias conforme a cor de que as pintara, Cidade Verde, Cidade Azul, Cidade Roxa. A abelha foi apanhada pela chuva: vergastadas, impulsos, fios do aguaceiro a enredá-la, golpes de vento a ferirem-lhe o voo. Deu com as asas em terra e uma bátega mais forte espezinhou-a. Arrastou-se no saibro, debateu-se ainda, mas a voragem acabou por levá-la com as folhas mortas.
Em Fevereiro começaram as Leituras ao Domicílio, projecto em que estou a participar enquanto voluntária. A proposta é a leitura de obras do neo-realismo português a pessoas mais idosas como forma de diminuir a solidão e de aprendermos com as suas experiências e histórias. Tem sido uma experiência muito, muito enriquecedora
Foi neste contexto que li o título mais conhecido de Carlos de Oliveira, autor de quem já li outras 2 obras de que gosto muito: O Aprendiz de Feiticeiro e Finisterra. Confesso que, apesar de ter sido uma boa experiência de leitura, Uma Abelha na Chuva, não destronou os outros 2 títulos. Talvez por ser demasiado breve.
Carlos de Oliveira é uma das vozes mais marcantes do neo-realismo português, e Uma Abelha na Chuva (1953) é uma das suas obras mais emblemáticas. O romance insere-se num contexto literário e político que denunciava a miséria social, a injustiça e o atraso do país sob a ditadura do Estado Novo. Mas a escrita de Carlos de Oliveira não se limita à denúncia: há nela uma dimensão lírica e simbólica que eleva o texto para além do realismo documental, criando uma atmosfera sufocante e profundamente sensorial, onde a paisagem se confunde com o destino das personagens.
A história passa-se numa vila rural marcada pela pobreza e pelo imobilismo social. Maria dos Prazeres e Álvaro Silvestre são um casal condenado à frieza de um casamento sem amor. Ele, um proprietário rural falido e frustrado, ela, uma mulher aprisionada num destino traçado pelos homens, sonhando silenciosamente com a possibilidade de desejo e liberdade. Mas, como em tantas histórias de mulheres deste tempo, a repressão e o peso da estrutura patriarcal esmagam qualquer fuga. O romance, embora breve, intersecciona outras visões críticas: o colonialismo, o racismo, a pobreza e miséria de um país isolado pela ditadura (embora nunca seja abertamente abordada).
A humidade, o vento e o frio são quase personagens do romance. A natureza não é apenas cenário, mas um reflexo da dureza das condições de vida e do vazio interior das personagens. A casa de Maria dos Prazeres e Álvaro Silvestre nunca aquece, assim como as suas vidas nunca encontram conforto. Há uma sensação de clausura, de impossibilidade de fuga, como uma abelha presa debaixo de uma chuva incessante, sem forças para voar.
A escrita de Carlos de Oliveira é depurada, carregada de um lirismo contido e melancólico, que transforma a dureza do real numa espécie de poesia desesperada. O neo-realismo de Uma Abelha na Chuva não é apenas uma exposição da miséria social e da opressão política; há um tom existencialista que ressoa ao longo do romance, uma consciência amarga da fatalidade e do desencanto. Aqui, a felicidade não tem lugar, as suas sementes são lançadas nos solos estéreis das dunas da Gândara e bafejadas pelo salitre corrosivo das ondas que embatem nesta costa, onde a tempestade desce ao encontro do mar, da areia e da vida.
No final, o que fica é um retrato implacável de um país atrofiado pela ignorância, pela repressão e pela injustiça – um país onde as mulheres não escolhem os seus destinos, onde o racismo é uma sombra normalizada, e onde o frio da pobreza e do desespero parece não ter fim. É um romance curto, mas sufocante, cuja força reside tanto na crítica social como na sua poderosa carga simbólica. Contudo, não deixa de ser pautado por uma linguagem bastante datada e por uma abordagem algo superficial e tipificada das personagens. O que me deu imensa pena porque sinto que poderia ser uma obra que me iria marcar bastante mais.
Adaptação cinematográfica de Uma Abelha na Chuva. Fernando Lopes (1971)
The Wood at Midwinter, Susanna Clark (2024)
Realismo Mágico; Conto.

The Wood at Midwinter é uma narrativa curta, um conto natalício, que nos transporta para um inverno encantado, onde a jovem de 19 anos, Merowdis Scot, é capaz de comunicar com animais, árvores e espíritos da floresta. A sua felicidade é alcançada ao percorrer os bosques cobertos de neve na companhia dos seus fiéis cães e de Apple, um porco de espírito filosófico. Numa dessas incursões, Merowdis encontra um melro e uma raposa que a conduzem a uma revelação misteriosa que irá marcar a sua vida.
Apesar da brevidade do conto, a escrita de Susanna Clarke (autora de um dos livros da minha vida, Piranesi) é rica em detalhes atmosféricos e na estética poética de um mundo infantil que nos transporta facilmente para cenário invernal, alvo e frio, mas mágico dos contos de natal.
A riqueza gráfica e materialidade da escrita e de Clarke é complementada pelas ilustrações de Victoria Sawdon, que conferem ao texto uma expressividade única e imersiva.


A narrativa explora temas como o misticismo cristão e o folclore inglês, centrando-se na figura de Merowdis, uma jovem cuja conexão profunda com a natureza e o mundo espiritual a coloca em contraste com as normas sociais ao mesmo tempo que promove uma reflexão acerca de noções de santidade, particularmente santidade feminina (numa altura em que tanto se fala de sagrado feminino e sagrado masculino, nunca é demais pensar criticamente sobre estes temas, assim como sobre a relação entre a humanidade e o ambiente natural.
Gostei bastante, mas é um texto demasiado curto e que merecia um desenvolvimento maior
A church is a sort of wood. A wood is a sort of church. They're the same thing really.
Apesar de serem objectos completamente diferentes, aquela citação fez-me lembrar este episódio de uma série que adorei ver, Such Brave Girls. A série é excelente!
A História do Rei Artur e dos seus Cavaleiros, Howard Pyle (1903)
Fantasia Histórica; Arturiana; Juvenil.

Aqui começa a história da espada, da bigorna e do bloco de mármore, e de como um jovem desconhecido, que até então não tinha alcançado a fama nem pelas armas nem pelos seus domínios, conseguiu arrancar a espada da bigorna. Presta agora atenção, leitor, ao que a seguir vou relatar.
Estou numa fase em que quero conhecer bem a lenda arturiana por diversas razões, mas as mais importantes são a relação com o tarot e a minha tbr de retellings feministas das mitologias arturianas. Estou a ler, muito lentamente, Le Morte d'Arthur, de Thomas Malory e The Once and Future King, de T. H. White (o primeiro uma versão canónica da lenda, do século XV; o segundo uma reimaginação de meados do século XX que cimentou muito do imaginário arturiano contemporâneo popular).
Entretanto, li este que é uma belíssima edição com ilustrações muito bonitas. É um livro juvenil, de inícios do século XX, norte-americano. A História do Rei Artur e dos Seus Cavaleiros é exactamente o que se espera de um livro do início do século XX: muito cristão, muito moralista e muito preocupado em ensinar aos jovens leitores que ser um cavaleiro não é só partir em aventuras épicas, mas também ter um coração puro e seguir os mandamentos de Deus. A edição que li é lindíssima, cheia de ilustrações maravilhosas, e a escrita tem um ritmo e uma estrutura oralizantes, quase como se estivéssemos a ouvir um trovador a contar as façanhas de Artur e companhia. Mas, apesar da estética encantadora, o conteúdo… tem os seus momentos.
A estrutura é quase sempre a mesma: Artur (ou um dos seus cavaleiros) encontra um inimigo, trava um duelo épico, vence e, no final, o inimigo percebe o erro dos seus caminhos e jura lealdade ao vencedor. Repete-se isto até ao infinito. O livro funciona muito mais como uma colecção de episódios do que como uma narrativa contínua, o que torna a leitura um pouco cansativa. Para completar, cada capítulo termina com um conselho moralista, como quem diz: e a lição que aprendemos hoje, crianças, é…
Outra característica de que não fiquei nada fã, como devem imaginar, é a forma como as personagens femininas são retratadas. Morgana e Vivien são absolutamente demonizadas, tratadas como manipuladoras e maliciosas. Mas, claro que foram as personagens que mais me fascinaram. São poderosas, têm agência e sabem exatamente o que querem, ao contrário de muitos dos cavaleiros que andam por ali a tropeçar nos próprios códigos de honra.
Por outro lado, as ilustrações de Pyle são lindíssimas e, ao longo da leitura, não conseguia deixar de pensar na Pamela Colman Smith e na arte do baralho de tarot por ela desenhado, o Rider-Waite Smith. Há algo na fluidez das figuras, nos detalhes e na estética medievalista que parece ter influenciado diretamente a forma como imaginamos o simbolismo arturiano no ocultismo, ao mesmo tempo que evidencia a relação entre a lenda arturiana e o tarot. Fiquei tão fascinada que estou a preparar um artigo em que vos mostro os paralelos entre descrições deste livro e algumas das cartas de tarot desenhadas por Pamela Colman Smith.
A História do Rei Artur e dos Seus Cavaleiros é uma leitura bonita, mas datada. Funciona como um retrato de como a lenda arturiana foi filtrada por uma visão muito moralista e conservadora da cavalaria. Infelizmente, como esperado, as mulheres fortes e independentes são retratadas como grandes ameaças à ordem e à virtude dos ilustres cavaleiros 🙄. No geral, A História do Rei Artur e dos Seus Cavaleiros é um livro que vale a pena pelo impacto cultural e pelo seu valor histórico, sem falar nas ilustrações, que são provavelmente a melhor parte.
Ebook ilustrado de livre acesso, em inglês.
Audiobook de livre acesso, em inglês.
Tarot for Change: Using the Cards for Transformation, Jessica Dore (2021)
Não-ficção; Tarot.

Tarot for Change, de Jessica Dore, apresenta uma abordagem ao tarot profundamente enraizada na psicologia e no autoconhecimento. Diferente de outros livros sobre o tema, Dore foca-se mais nos Arcanos Menores do que é habitual, oferecendo interpretações detalhadas e reflexões sobre cada uma das cartas. A sua base teórica relaciona tarot, psicoterapia e espiritualidade, na construção de uma proposta do uso das cartas como uma ferramenta para transformação e crescimento pessoais. E é esta a razão pela qual o livro me perdeu: é excessivamente psicológico, ou mesmo livro de autoajuda, desvalorizando demasiado o que é realmente representado nas cartas e o seu contexto histórico-cultural. As coisas não surgem do nada e esse não-nada é muito importante e significativo (e significante) principalmente quando tratamos de uma prática que tem uma tradição e uma iconografia tão fortes.
No entanto, fiquei positivamente surpreendida pelo tratamento e atenção concedidas aos Arcanos Menores, algo raro nos livros de tarot, que normalmente privilegiam os Arcanos Maiores. Dore traz insights ricos e pouco convencionais sobre essas cartas, ajudando a expandir a forma como são compreendidas. O livro brilha especialmente nas court cards (Cartas da Corte com representação de pessoas), onde a formação psicológica da autora se revela mais produtiva e conduz a leituras mais sofisticadas e matizadas das personalidades representadas.
O maior problema da obra é o seu desequilíbrio. Enquanto algumas cartas recebem análises profundas e envolventes, outras são tratadas de maneira breve e superficial, criando um ritmo irregular na leitura. Além disso, o foco permanente no uso do tarot como ferramenta de desenvolvimento pessoal pode limitar a experiência para quem procura uma abordagem mais simbólica, histórica ou divinatória.
No geral, Tarot for Change é uma leitura interessante, especialmente para quem quer explorar os Arcanos Menores e as Cartas da Corte sob uma perspectiva psicológica. No entanto, o livro pareceu-me demasiado voltado para a autoajuda, que não era o que eu procurava.

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