Olá,
Obrigada por estarem aqui!
Estou muito entusiasmada por ter este cantinho tão pessoal, uma via direta de comunicação e de partilha. Deixei o Substack (expliquei as razões no post de despedida da plataforma, mas continuo a seguir e a ler as pessoas que continuam por lá).
Cada vez me apercebo mais que redes sociais e feeds são algo que geram muito desconforto em mim, o que é muito complicado para quem precisa de divulgar o seu trabalho e de chegar às pessoas que possam ter interesse nas nossas partilhas e serviços. Mas seguimos o mais equilibrada e saudavelmente possível. Por isso, não me vou comprometer com um calendário rígido de envio da Newsletter. Quando tiver algo para partilhar, partilho. Quando não tiver nada para partilhar não partilho.
Acho que é cheguei/chegámos a um ponto de “desperdício de conteúdo”. Publicava porque tinha de ser, porque havia dias e datas que não podiam passar em branco, porque é assim que o algoritmo todo poderoso manda. Mas é mesmo assim? Não tem de ser, pois não? Nós seguimos e lemos as pessoas porque nos interessamos pelo que elas têm para partilhar de forma autêntica, genuína e honesta, ou porque elas seguem guiões automatizados de diretizes defenidas pelos CEOs, marketeers, capitalistas e afins que tentam definir tudo o que dizemos, como dizemos e quando dizemos? Honestamente, a segunda hipótese não me interessa nada. 0. Nicles batatóides.
Mas, claro, é a realidade em que vivemos e nem sempre é fácil desligar e distanciar da narrativa dominante nem das crenças do que é o expectável, do que tem de ser e do medo de deixar de ser relevante. Ou seja, dei por mim a fazer coisas nas quais, se for mesmo verdadeira comigo própria, não acredito. Um exemplo, o maior exemplo, é o facto de eu ter metido na cabeça que eu tinha de publicar acerca dos trânsitos astrológicos do mês, todos os meses.
Ora bem, eu tenho muitas dúvidas que as previsões gerais façam sentido (a não ser no âmbito da astrologia mundana, que eu não pratico porque não estudei esta vertente - quem sabe um dia…; ou a nível da magia astrológica, mas isso são outros 500). Eu tinha tantas dúvidas que não ficava descansada sem introduzir cada post do Substack desta forma:
“Para além destes trânsitos globais, é necessário ter em consideração que planetas e/ou ângulos ocupam determinados graus dos signos, a forma como interagem com outros planetas e/ou ângulos e as casas regidas por esses planetas. Se quiserem saber como é que estes trânsitos dialogam com o vosso mapa natal, marquem uma consulta comigo. Mais informações sobre cada leitura e agendamento disponíveis no site: https://www.sophiaastarot.com/services Se quiserem saber como é que estes trânsitos dialogam com o vosso mapa natal, marquem uma consulta comigo. Mais informações sobre cada leitura e agendamento disponíveis no site: https://www.sophiaastarot.com/services Agendamento através do formulário: https://www.sophiaastarot.com/schedule”.
Então, qual a razão para o fazer? Para não ficar atrás de ninguém; para que as pessoas não pensem que eu não percebo nada de astrologia porque não faço o que a maioria das pessoas faz; porque tenho tantas vezes medo de ser eu própria. Mas eu não consigo não ser eu própria.
E isso eu compreendo cada vez melhor porque conheço o Almutem Figuris do meu mapa: Saturno. O Almutem Figuris é um ponto do mapa natal calculado (contas, só a astrologia para me colocar a fazer contas!) e que indica as motivações/orientações menos conscientes da natividade, a abordagem pessoal da vida, o planeta cuja energia nos permeia com mais impacto. Aquele planeta a que astrólogos medievais diziam que correspondia à “satisfação da alma”. Ora, como Almutem Figuris, em traços gerais porque irá sempre depender da sua condição e posicionamento no mapa natal, Saturno “satisfaz a alma” através da capacidade de se ser individual, únique, seguir o próprio caminho. Inclina as natividades à profundidade, à reflexão, à investigação, à ciência e ao oculto (incluo sempre este último ponto porque dá muito jeito num “CV” de astrólogo e taróloga haha).
Mas a verdade é que eu tento sempre contrariar o meu Almutem Figuris (o que é muito comum porque pode ser um planeta que tem pouca relação com as expressões de outros planetas de impacto mais imediato no mapa e na identidade da natividade). Contudo, no fundo, eu sei que este lado saturnino mais isolado, crítico e com necessidade de fazer diferente é fundamental para mim. E que muitos dos meus desconfortos e exaustões resultam dessa contrariedade. E, também, da minha Lua que rege o meu ascendente e que, pelas suas condições, traz muita instabilidade, oscilações e insegurança a este Saturno e à minha identidade em geral.
Por isso, não há cá mais dias certos para publicar nem previsões mensais (um dia explico porque é que as previsões gerais, para mim, não funcionam). Espero que para vocês acabe por ser uma oportunidade para se relacionarem com a astrologia (e o tarot, claro) de uma forma diferente. Mais expositiva, teórica e inquisitiva. Porque a prática astrológica é, ela própria, extremamente saturnina: única e profunda. Completamente ancorada nas especificidades de cada mapa natal.
Comecei, então, por escrever no meu Blog uma série sobre planetas e signos seguindo a ordem do sistema de regências (o planeta e os signos que rege). Entretanto, também irei escrever sobre Tarot e sobre outras questões astrológicas, até sobre alguns trânsitos, mas sem ser com um cariz preditivo. Esse, deixo para as consultas, que é o lugar das previsões (sublinho, se estivermos a falar de astrologia mundana, o caso é completamente diferente).
De qualquer modo, irei sempre partilhando aqui, na Newsletter, os artigos que for publicando no Blog. Abaixo, já encontram os 2 primeiros e também informações sobre os meus serviços e uma curadoria de links.
Até já! 👋

Informações
📅 Agenda de Agosto Aberta | Consultas de Tarot e Astrologia
🎉 OFERTA: ANIVERSARIANTES DE AGOSTO - 10% DE DESCONTO EM TODAS AS CONSULTAS. CÓDIGO: “AGOSTO10.”

🃏 Leituras de 1 carta de Tarot
No próximo domingo, 10 de agosto, vou estar a responder a questões com 1 carta de Tarot. Se quiseres que eu tire 1 carta para ti, de forma anónima, deixa a tua questão nas minhas Stories, no Instagram.
Também partilho (quase) todos os dias uma carta nas Stories com uma proposta de reflexão.
🔗 LINKS
Admito, não conheço a autora nem o seu trabalho, mas estava curiosa: feminista, sócióloga, voz crítica, que agora escreve uma BD sobre astrologia. Contudo, li tanto disparate sobre astrologia nesta entrevista que a minha vontade de ler a obra desvaneceu-se. Tanta generalização e simplificação que dificilmente se pode dizer que esteja a falar sobre astrologia. Tenho pena porque é por estas e por outras que as artes divinatórias ainda vão sendo motivo de ridicularização, vergonha e taboo. Mas, caso alguém tenha lido ou venha a ler Astrologia da autora, que partilhe a sua impressão comigo. Espero estar completamente errada.
Já outra voz do mundo literário e da BD, Alan Moore, nunca deixa de me surpreender com a sua lucidez e reflexão complexa, cuidada e acessível de temas esotéricos, metafísicos, ocultistas… o que queiram chamar. Neste podcast em que é entrevistado sobre o que é a magia para si, senti que estava a ver-me ao espelho “mental”. Passei o tempo todo a dizer “é isso"!”, ´”é mesmo isso!”. Mesmo para quem não tenha interesse em magia e afins, pode perfeitamente apreciar a entrevista porque a sua visão é a de uma profunda crítica ao mundo capitalista e utilitarista.
Não foi planeado, mas nesta primeira curadoria de links navegamos exclusivamente pelo mundo das BDs. Este é o Comic Book Trailer de Minor Arcana, de Jeff Lemire, uma série com representação de Tarot que eu quero muito ler: “One of the most renowned creators in comics, New York Times bestselling and award-winning writer and artist Jeff Lemire (Descender, Black Hammer) arrives at BOOM! Studios with an extra-length opening chapter of a must-read ongoing series inspired by, and intricately linked to, the tarot and perfect for fans of his creator-owned work as well as Helen of Wyndhorn and Locke & Key.”
Termino com uma recomendação de BD de um autor português: Andrómeda, de Zé Burnay. Li muito recentemente e ainda tenho muito a explorar e a pensar sobre o que a obra nos apresenta. Senti-me num mundo apocalíptico-surreal, entre Jodorowsky e Mad Max, numa viagem onírico-mítica algo existencialista. A arte é excelente, mas excelente mesmo. A escrita é opaca, hermética, mas não fazia sentido de outra forma. Para mim, só tem um defeito: é demasiado breve, queria muito vaguear indefinidamente pelos territórios de assombro e beleza de Andrómeda. Deixo a crítica de quem percebe de BDs, Pedro Moura.

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