Valete de Espadas e Poly Styrene (X-Ray Spex)

No Grupo de Estudo e Prática de Tarot, entre muitas outras coisas, temos 2 encontros mensais para a partilha de conhecimentos, experiências, dúvidas... mas de forma bem informal e descontraída! O próximo 1º encontro é dia 24 de julho (quinta, amanhã, às 21h), dia de Lua Nova em Leão e a carta que saiu foi o arcano menor Valete de Paus. Juntem-se a nós para ficarem a conhecer mais sobre estas cartas e outras sugestões!

Nestes encontros, cada pessoa pode trazer uma canção, um livro, um filme, uma pintura... o que entender que ache que tem a ver com a carta. Também pode sugerir "prompts" de reflexão e colocar questões e dúvidas sobre a carta. Em conjunto, criamos um spread inspirado nas diversas contribuições e na lunação.

Valete de Paus olha para o pau (motivações) com uma inquisitivo e pensativo. Mas, em que pensa esta personagem? Eu acho que pode muito bem ser: "Some people think little girls should be seen and not heard, but I think: OH BONDAGE! UP YOURS!"

Quem proclama este grito de empoderamento é Poly Styrene, vocalista da banda punk britânica de finais dos anos 70, X-Ray Spex. Com a sua voz inconfundível e letras provocadoras. destacou-se como uma figura pioneira e icónica do movimento punk feminista e multicultural.

Valete de Paus é Mensageiro do Fogo, da Inspiração, da Motivação e da Resistência É a centelha que incendeia a criatividade, a paixão e a rebelião. Atributos que não são estranhos a Poly Styrene.

Poly Styrene de voz vibrante, algo caótica e atitude DIY trazia um brilho de jovialidade crua e autêntica às suas performances; dava voz à curiosidade e insatisfação socio-cultural e intelectual ao questionar temas como o patriarcado, o capitalismo, a identidade e o corpo; recusando-se a encaixar em construções sociais do que é ser artista, mulher e racializada, sem receio de dar corpo e voz à sua identidade e aos seus valores com garra e fogosidade. Era uma rapariga racializada da classe trabalhadora no punk londrino dos anos 70: outsider, questionadora, principiante.

Poly Styrene inovou, inspirou e contribuiu para a estética punk com cores néon, peças vintage e conservadoras e casacos militares. Denunciou o consumismo e o racismo; criticou representações da mulher nos media; gritou para entrar em espaços que apagavam raparigas como ela. Rejeitou a sexualização na cultura punk e, em vez disso, abraçou a estranheza e o intelecto. Sempre a explorar, sempre a questionar-se.

Poly Styrene é a essência da energia de Valete de Paus: ousada, original, vibrante, curiosa e alegremente disruptiva. Tal como Poly, Valete de Paus é uma figura aprendiz, adolescente, do fogo, movida pela curiosidade, ousadia e desejo de descoberta. Apaixonada pela exploração, experimentação e criação, vê tanto o sucesso como o fracasso como parte essencial do processo criativo, interessa-lhe mais a originalidade e autenticidade do que o corresponder a expetativas. Esta carta convida-nos a reacender a inspiração através do prazer, da aventura e da expressão autêntica, é a faísca que acende a chama da inspiração e da energia ativa.

Tudo isto é evidente nas interpretações, sonoridades e letras de canções como:

Uma canção que transborda de rebeldia e jovialidade, um grito de liberação adolescente contra os papéis de género e o a opressão consumista. Sem refinamento, crua e urgente, como o impulso de Valete de Paus.

Uma canção sobre a inquietação interior e a raiva juvenil inconformada com as imagens capitalistas e mediáticas projetadas nos ecrãs, nas revistas e no tecido cultural e social.

Poly grita contra a alienação e o colapso da identidade, que questiona e que recusa aceitar modelos impostos. Tal como Valete de Paus, uma força inquieta: curiosa, provocadora, revoltada contra rótulos e convenções. Arauto do caos criativo, da experimentação arrojada e da procura incessante por autenticidade num mundo que tenta apagá-la.

A história de uma jovem rapariga da classe trabalhadora a transformar-se em revolucionária no espaço mais banal: uma loja. Por trás da aparente inocência, move-se uma força inquieta, um espírito subversivo que conspira nas margens do quotidiano. Figura da cidade moderna, inquieta, à margem, mas atenta.

Como o Valete de Paus, esta figura eleva a rebeldia comum a possibilidades de liberação a partir do momento em que toma consciência do seu poder criativo e transformador. É a chama interior que, mesmo num cenário rotineiro, prepara a revolução.

1- Como posso contribuir para uma visão crítica das estruturas societais?

2- Qual a minha mensagem mais original e autêntica?

3- Que sistemas de opressão posso ajudar a derrubar?

4- Onde encontro a minha motivação e inspiração?

5- Que tipo de mundo quero iluminar?

🖤 Esta Newsletter é um projeto de amor e que desenvolvo com muito empenho e carinho. Se quiseres apoiar o que faço, podes fazê-lo de várias formas. Eu fico muito agradecida!

Obrigada!